Pular para o conteúdo principal

Sexo: arma contra parasitas

A hipótese mais aceita hoje para explicar a evolução do
sexo sustenta que a reprodução sexual ajuda as espécies
a escapar de seus parasitas. A taxa de evolução de uma
bactéria, que vive cerca de 20 minutos, é muito mais
rápida que, por exemplo, a de um ser humano. Assim,
ao longo de nossas vidas, as bactérias têm bastante
tempo para desvendar os segredos do nosso sistema
imunológico, tornando-nos mais suscetíveis a seus
ataques. Se nossa reprodução fosse assexuada, tería mos
filhos, netos e bisnetos geneticamente idênticos
a nós, e cada geração apresentaria menos defesas contra
esses parasitas. A reprodução sexuada nos permi -
te produzir, a cada geração, filhos e filhas genetica -
mente únicos, o que nos dá uma boa ‘dianteira’ na corrida
evolutiva com os parasitas.
Além disso, segundo o biólogo evolucionista britânico
William D. Hamilton (1936-2000) e colaboradores,
a escolha cuidadosa dos parceiros reprodutivos seria
um mecanismo comportamental que permite a seleção
de bons genes contra parasitas. O pavão é um exemplo
emblemático. Pavões machos, na época reprodutiva,
agrupam-se por horas com o único objetivo de exibir
para as fê meas o maravilhoso conjunto de plumas
de suas caudas. Como o pavão macho não ajuda nada
na criação dos filhos, por que as fêmeas perdem tanto
tempo para fazer sua escolha? Segundo Hamilton,
apenas machos com bons genes contra parasitas
têm condição de apresentar plumas gran des, coloridas
e simétri cas. Ao escolher o parceiro pela aparência,
cuidadosamente, as fêmeas esta riam no fundo escolhendo
bons genes para serem transmitidos a seus
filhos. Em humanos, a importância do ta manho, da
saúde e da beleza na escolha dos parceiros é bem
conhecida. Menos conhecido é o motivo evolutivo que
nos induz a fazer essas escolhas!

Texto tirado de uma publicação da Revista Ciência Hoje

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PROTEÍNAS E SUAS ESTRUTURAS: Secundária, Terciária e Quaternária.

As proteínas são as macromoléculas constituídas por unidades, chamadas de aminoácidos, 20 tipos básicos, e concluem cerca de 50% do peso seco das células. Existem diversos tipos de proteínas, sendo essas especializadas em alguma função biológica. A complexidade das proteínas depende da posição e quantidade dos aminoácidos ao longo da sua cadeia, fazendo com que elas de diferenciem uma das outras e assim determinando suas respectivas funções. Os aminoácidos que estão presentes nas proteínas se encadeiam pelas ligações peptídicas. Uma ligação peptídica é a união do grupo amina (-NH 2 ) de um aminoácido com o grupo carboxila (-COOH) do outro aminoácido, formando uma amida, liberando uma molécula de água. Como as proteínas possuem uma grande variedade de funções são divididas em Estruturais e Dinâmicas. Estruturais: por exemplo, o colágeno e elastina que promovem a sustentação estrutural da célula e dos tecidos; Dinâmicas: transporte (ex: hemogl

Zoólito de tubarão

Apresentado zoólito (peça arqueológica em forma de animal, desenvolvida em rocha) de tubarão, presente no Laboratório de Ensino e Pesquisa em Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Pelotas (LEPAARQ-UFPel). O que me fez fazer este post foi a leitura do artigo titulado: " Reinterpretando o zoomorfo de tubarão da coleção "Carla Rosane Duarte Costa" " de GONZALEZ e MILHEIRA. " Corpo fusiforme; olhos circulares e quatro fendas branquiais; boca ventral e narinas; duas nadadeiras dorsais e nadadeiras peitorais; sulco pré-caudal, nadadeira caudal homocerca e quilhas laterais; órgão reprodutor masculino (clásper), nadadeiras pélvicas e cloaca " Estas informações foram apresentadas somente analisando a escultura acima. E mais, após fez-se a identificação zoológica da escultura. Esta identificação tem como objetivo enriquecer a discussão sobre possíveis atividades humanas em alto mar. SIM, isto mesmo! Já imaginaram que apartir de um zooólito po

Carrapato não tem pai?

Surgiu uma pergunta esses dias: por que o carrapato não tem pai? Fui pesquisar e descobri a resposta. Alguns carrapatos se reproduzem assexuadamente, por partenogênese, que não é preciso fecundação dos ovos.   Mais informação: PARTENOGÊNESE: http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/partenogenese.htm CARRAPATO: http://www.ra-bugio.org.br/projetosrealizados.php?id=11