Os ocupantes mais antigos do litoral brasileiro foram aqueles povos que construíram os montes de conchas conhecidos como sambaquis (em torno de 5000 anos atrás). A maioria das informações sobre essa sociedade, através do estudo dos remanescentes materiais, é produzida pela arqueologia. Embora a ocupação tenha se dado em toda a costa, não ocorreu de modo similar.
A Baía da Babitonga apresenta grande quantidade de sambaquis, cerca de 150, entretanto há extensas áreas onde não foram desenvolvidas sondagens arqueológicas, havendo assim probabilidade de se encontrar novos sambaquis.
O sambaqui mais antigo da região, o Palmital, é datado de 5.420 anos AP (antes do presente - que por convenção é 1950). Importante ressaltar que somente 16 sítios conhecidos foram pesquisados (ao que sei 11 possuem publicações).
Por terem sido fonte de matéria prima para produção de cal e pavimentação de ruas, muitos foram total ou parcialmente destruídos. As informações importantes destes foram oriundas da observação, registro e coleta de peças durante sua exploração. Guilherme Tiburtius foi responsável por importantes registros sobre sítios nesta situação na Baía da Babitonga.
Há uma grande variedade entre os sambaquis, como por exemplo a sua altura e comprimento. Esta variação aponta diferenças que podem ser atribuídas ao tempo de permanência do grupo naquele local, ou atividades ou funções diferenciadas entre eles.
Na Praia Grande - SFS, em que há grande alinhamento de sambaquis, apresenta registro raro de conchas dentro de uma gruta, parecendo ser uma adaptação de um grupo sambaquiano.
Há sambaquis, em geral baixos e mais distanciados do oceano, cujas conchas não são de moluscos marinhos e sim de rios (fluviais) ou terra, recebendo assim o nome de Sambaquis Fluviais. Caso do Itacoara, nas margens do Rio Piraí - Joinville, SC, que também apresenta ossos de peixes de água doce.
Apesar dessas variações, os sambaquis são constituídos de camadas sobrepostas de conchas e areia entre as quais encontram-se vestígios da cultura material dos sambaquianos. Pela presença destes remanescentes sabe-se que os sambaquis foram locais de moradia, como uma aldeia.
Para a subsistência, os sambaquianos, exploraram vários ambientes e recursos marinhos e terrestres. Os moluscos (berbigão, ostra e bacucu, os mais utilizados) eram coletados, principalmente, nos manguezais e nas águas da baía. Embora tenha-se a impressão de que os moluscos foram alimentos preferidos ao olhar para um sambaqui, os peixes eram os animais mais significativos na dieta alimentar.
O instrumento utilizado para a pesca não era muito diferente do que possuimos hoje em dia (anzóis de osso, agulhas e redes, por exemplo). Aqui uma informação que acho bem interessante, muito provavelmente as embarcações eram importantes nesta atividade, permitindo o deslocamento por distâncias maiores e exploração de ilhas. Estudos nos esqueletos têm indicado a prática de mergulho e remo em algumas populações de sambaquis.
Além da pesca, a caça de animais terrestres foram desenvovlidas por esses povos. O porco do mato parece ter sido o preferido, mas se encontram ossos de uma grande variedade de animais. Mamíferos marinhos também tiveram papel de destaque na subsistência destes povos (combustível e produção de artefatos, por exemplo).
Além de adornos, a pintura corporal ocorria, e pode ser identificada através de fragmentos de rochas friáveis vermelhas com marcas de raspagem e esqueletos humanos pigmentados. Nos sepultamentos, os mortos eram cuidadosamente enterrados, podendo haver acompanhamento funerário, como colares, polidores, batedores e zoólitos (peças de maior apelo estético produzidas pelos sambaquianos, as esculturas em forma de animais, através de trabalhode picotamento e polimento).
Cabe destacar a importância dos vegetais, embora, dificilmente conservem-se, algumas vezes, devido a queima ou encharcamento, preservam-se. No Cubatão há presença de estacas de madeiras e fibras transadas encharcadas, que supõem-se que fizeram parte de estrutura do tipo palafita ou atracadouro. O aproveitamento de vegtetais era grande se considerarmos que estas populações construíam cabanas e embarcações, além de arcos, flechas e arpões.
Na produçaõ de artefatos a técnica mais utilizada era o polimento (Oficina lítica). Uma outra atividade exercida fora do sambaqui é o grafismo (Inscrição rupestre). Somente 4 oficinas líticas na Baía da Babitonga, e nenhuma inscrição rupestre.
O destino destes grupos é completamente desconhecido. Um lado interessante é a presença de esqueletos flechados nas camadas com cerâmica.
Fichamento: BANDEIRA, Dione da Rocha. Povos Sambaquianos: os construtores dos montes de conchas e os mais antigos moradores da Baía da Babitonga. Revista Joinville Ontem e Hoje. Joinville: Câmara Municipal de Joinville, p. 4-9, março. 2005
A Baía da Babitonga apresenta grande quantidade de sambaquis, cerca de 150, entretanto há extensas áreas onde não foram desenvolvidas sondagens arqueológicas, havendo assim probabilidade de se encontrar novos sambaquis.
O sambaqui mais antigo da região, o Palmital, é datado de 5.420 anos AP (antes do presente - que por convenção é 1950). Importante ressaltar que somente 16 sítios conhecidos foram pesquisados (ao que sei 11 possuem publicações).
Por terem sido fonte de matéria prima para produção de cal e pavimentação de ruas, muitos foram total ou parcialmente destruídos. As informações importantes destes foram oriundas da observação, registro e coleta de peças durante sua exploração. Guilherme Tiburtius foi responsável por importantes registros sobre sítios nesta situação na Baía da Babitonga.
Há uma grande variedade entre os sambaquis, como por exemplo a sua altura e comprimento. Esta variação aponta diferenças que podem ser atribuídas ao tempo de permanência do grupo naquele local, ou atividades ou funções diferenciadas entre eles.
Na Praia Grande - SFS, em que há grande alinhamento de sambaquis, apresenta registro raro de conchas dentro de uma gruta, parecendo ser uma adaptação de um grupo sambaquiano.
Há sambaquis, em geral baixos e mais distanciados do oceano, cujas conchas não são de moluscos marinhos e sim de rios (fluviais) ou terra, recebendo assim o nome de Sambaquis Fluviais. Caso do Itacoara, nas margens do Rio Piraí - Joinville, SC, que também apresenta ossos de peixes de água doce.
Apesar dessas variações, os sambaquis são constituídos de camadas sobrepostas de conchas e areia entre as quais encontram-se vestígios da cultura material dos sambaquianos. Pela presença destes remanescentes sabe-se que os sambaquis foram locais de moradia, como uma aldeia.
Para a subsistência, os sambaquianos, exploraram vários ambientes e recursos marinhos e terrestres. Os moluscos (berbigão, ostra e bacucu, os mais utilizados) eram coletados, principalmente, nos manguezais e nas águas da baía. Embora tenha-se a impressão de que os moluscos foram alimentos preferidos ao olhar para um sambaqui, os peixes eram os animais mais significativos na dieta alimentar.
O instrumento utilizado para a pesca não era muito diferente do que possuimos hoje em dia (anzóis de osso, agulhas e redes, por exemplo). Aqui uma informação que acho bem interessante, muito provavelmente as embarcações eram importantes nesta atividade, permitindo o deslocamento por distâncias maiores e exploração de ilhas. Estudos nos esqueletos têm indicado a prática de mergulho e remo em algumas populações de sambaquis.
Além da pesca, a caça de animais terrestres foram desenvovlidas por esses povos. O porco do mato parece ter sido o preferido, mas se encontram ossos de uma grande variedade de animais. Mamíferos marinhos também tiveram papel de destaque na subsistência destes povos (combustível e produção de artefatos, por exemplo).
Além de adornos, a pintura corporal ocorria, e pode ser identificada através de fragmentos de rochas friáveis vermelhas com marcas de raspagem e esqueletos humanos pigmentados. Nos sepultamentos, os mortos eram cuidadosamente enterrados, podendo haver acompanhamento funerário, como colares, polidores, batedores e zoólitos (peças de maior apelo estético produzidas pelos sambaquianos, as esculturas em forma de animais, através de trabalhode picotamento e polimento).
Cabe destacar a importância dos vegetais, embora, dificilmente conservem-se, algumas vezes, devido a queima ou encharcamento, preservam-se. No Cubatão há presença de estacas de madeiras e fibras transadas encharcadas, que supõem-se que fizeram parte de estrutura do tipo palafita ou atracadouro. O aproveitamento de vegtetais era grande se considerarmos que estas populações construíam cabanas e embarcações, além de arcos, flechas e arpões.
Na produçaõ de artefatos a técnica mais utilizada era o polimento (Oficina lítica). Uma outra atividade exercida fora do sambaqui é o grafismo (Inscrição rupestre). Somente 4 oficinas líticas na Baía da Babitonga, e nenhuma inscrição rupestre.
O destino destes grupos é completamente desconhecido. Um lado interessante é a presença de esqueletos flechados nas camadas com cerâmica.
Fichamento: BANDEIRA, Dione da Rocha. Povos Sambaquianos: os construtores dos montes de conchas e os mais antigos moradores da Baía da Babitonga. Revista Joinville Ontem e Hoje. Joinville: Câmara Municipal de Joinville, p. 4-9, março. 2005
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