Pular para o conteúdo principal

Vantagens e Desvantagens do Recife Artificial Marinho (RAM)



Recifes Artificiais Marinhos são utilizados como ferramenta de recuperação da Fauna e Flora Marinha. Estudos realizados por Padilha e Henkes (2012); Pizzatto (2004) indicam que além da recuperação da fauna e da flora marinha, a utilização da técnica de implantação de Recife Artificial Marinho (RAM) impede a utilização da temida “pesca de arrasto”.
Na década de 50 iniciaram a produção de recifes de concreto, que hoje é utilizado em vários países do mundo, inclusive no Brasil. Sendo o concreto uma pedra artificial que mais se assemelha com uma rocha, permite a conservação da biodiversidade e a recolonização dos ambientes por organismos como: lagosta, polvo, camarão, peixes, mexilhões e outros. Além do desenvolvimento marinho, os recifes artificiais possibilitam a utilização da área como local de estudo, lazer e exploração racional dos recursos (KREFER et al.).
Os RAM podem desempenhar um importante papel na gestão da atividade pesqueira tendo em vista a sua capacidade de atrair peixes criando alternativas tanto para a pesca esportiva quanto para a pesca artesanal. (PADILHA e HENKES, 2012 apud BELL, 2010).
Uso dos recifes artificiais para fins comerciais teve início por volta de 1830. Já na Austrália e França, essa prática é mais recente, com iniciativas datando de 1960 (CONCEIÇÃO e NETO apud MEIER, 1989).
Embora existam diversos registros que comprovam a eficiência dos RAM, a literatura especializada registra alguns casos de insucessos. Muitos pesquisadores veem os RAM como algo controverso, alegando que esses novos ambientes inicialmente atraem os peixes, concentrando-os nessas áreas e deixando-os mais vulneráveis à exploração. Afirmam que a única maneira de minimizar esta exploração é com o estabelecimento de uma fiscalização adequada e eficiente nessas áreas (PADILHA e HENKES, 2012 apud SALEM, 2008).
Talvez uma das maiores preocupações ambientais sobre a instalação de recifes artificiais de pneus no mar seja o efeito em longo prazo desses materiais no meio aquático. A hipótese de contaminação pela decomposição dos pneus no mar é descartada por alguns autores, já que o processo de degradação dos pneus é muito mais lento que a sua colonização e cobertura por organismos incrustantes (CONCEIÇÃO e NETO).

Referências
CONCEIÇÃO, Raimundo Nonato de Lima;NETO, Cassiano Monteiro. Recifes Artificias Marinhos. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento.

PADILHA, Renato de Almeida; HENKES, Jairo Afonso Henkes. A utilização de recifes artificiais marinhos como ferramenta de recuperação da fauna marinha. Revista Gest. Sust. Ambient., Florianópolis, v. 1, n.1, p. 41-73, abr./set. 2012.

PIZZATTO, Raquel. Avaliação dos Impactos Ambientais do Programa Recifes Artificiais Marinhos do Paraná – Programa RAM. TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR, 2004

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PROTEÍNAS E SUAS ESTRUTURAS: Secundária, Terciária e Quaternária.

As proteínas são as macromoléculas constituídas por unidades, chamadas de aminoácidos, 20 tipos básicos, e concluem cerca de 50% do peso seco das células. Existem diversos tipos de proteínas, sendo essas especializadas em alguma função biológica. A complexidade das proteínas depende da posição e quantidade dos aminoácidos ao longo da sua cadeia, fazendo com que elas de diferenciem uma das outras e assim determinando suas respectivas funções. Os aminoácidos que estão presentes nas proteínas se encadeiam pelas ligações peptídicas. Uma ligação peptídica é a união do grupo amina (-NH 2 ) de um aminoácido com o grupo carboxila (-COOH) do outro aminoácido, formando uma amida, liberando uma molécula de água. Como as proteínas possuem uma grande variedade de funções são divididas em Estruturais e Dinâmicas. Estruturais: por exemplo, o colágeno e elastina que promovem a sustentação estrutural da célula e dos tecidos; Dinâmicas: transporte (ex: hemogl

Zoólito de tubarão

Apresentado zoólito (peça arqueológica em forma de animal, desenvolvida em rocha) de tubarão, presente no Laboratório de Ensino e Pesquisa em Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Pelotas (LEPAARQ-UFPel). O que me fez fazer este post foi a leitura do artigo titulado: " Reinterpretando o zoomorfo de tubarão da coleção "Carla Rosane Duarte Costa" " de GONZALEZ e MILHEIRA. " Corpo fusiforme; olhos circulares e quatro fendas branquiais; boca ventral e narinas; duas nadadeiras dorsais e nadadeiras peitorais; sulco pré-caudal, nadadeira caudal homocerca e quilhas laterais; órgão reprodutor masculino (clásper), nadadeiras pélvicas e cloaca " Estas informações foram apresentadas somente analisando a escultura acima. E mais, após fez-se a identificação zoológica da escultura. Esta identificação tem como objetivo enriquecer a discussão sobre possíveis atividades humanas em alto mar. SIM, isto mesmo! Já imaginaram que apartir de um zooólito po

Carrapato não tem pai?

Surgiu uma pergunta esses dias: por que o carrapato não tem pai? Fui pesquisar e descobri a resposta. Alguns carrapatos se reproduzem assexuadamente, por partenogênese, que não é preciso fecundação dos ovos.   Mais informação: PARTENOGÊNESE: http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/partenogenese.htm CARRAPATO: http://www.ra-bugio.org.br/projetosrealizados.php?id=11